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27 dez

COMUNICAÇÃO INETERNA É LEGADO PANDEMIA E SE TORNA PRIORIDADE PARA 2022

Diálogo com funcionários se torna ferrameta estratégica para medir nível de satisfação e engajar; metade das empresas veem área como tema do ano, segundo pesquisa da GPTW

A pesquisa anual “Tendências em Gestão de Pessoas” do Great Place to Work (GPTW) apontou a
comunicação interna como um dos principais temas a serem trabalhados pelas empresas em 2022,
segundo 49,2% dentre os mais de 2,6 mil profissionais ouvidos na quarta edição do levantamento. De
acordo com os entrevistados, a adoção dos formatos de trabalho híbrido, remoto e flexível continua
sendo um desafio para as empresas, que precisam encontrar as tecnologias adequadas para manter o
fluxo da comunicação e redesenhar processos para que todos se sintam contemplados na troca de
informações.

A importância da comunicação interna e externa para um bom funcionamento  das OSCs | Consultoria Júnior Pública
Comunicação interna: prioridade para 2022 nas empresas

Para o diretor de governança da startup Dialog.ci, Gabriel Kessler, a principal dor da comunicação
interna sempre foi o alcance. “Chegar no colaborador que está no campo, na fábrica, na loja ou na
estrada é um desafio. E além de chegar, saber se a mensagem de fato foi entendida”, afirma. Com a
pandemia, ele fala que esse desafio ficou ainda mais complexo, pois uma dificuldade que antes era
“restrita” ao público operacional – entre aspas, segundo ele, porque o público operacional é a imensa
maioria dos colaboradores – passou a ser um desafio também no time administrativo, que antes tinha
uma comunicação muito mais fluida nos escritórios.

Com tantas mudanças no formato de trabalho, a líder de cultura e pessoas da CBYK, Juliana Dimário,
fala que a comunicação interna passou a ser olhada como estratégia. “Antes era uma área mais vista
como custo, que só soltava comunicado. Com a pandemia, tivemos que buscar ferramentas mais
assertivas, criar uma comunicação entre líderes e liderados, fazer a aproximação dos times”, explica. “A
gente também passou a treinar os líderes para serem grandes comunicólogos, desenvolvendo soft skills
como empatia e escuta ativa.”

No caso da CBYK, que tem hoje 280 colaboradores trabalhando em formato híbrido, a executiva conta
que o maior desafio foi conversar com aqueles que ficam alocados em clientes. “Em um primeiro
momento, fizemos uma pesquisa para entender que assuntos faziam sentido para eles. E descobrimos
que eram temas como saúde mental, educação emocional e financeira, saber mais da empresa”, diz.
“Mais do que encher a pessoa de informações, precisa saber do que ela precisa.”

Além de intensificar treinamentos, usar ferramentas como Teams e e-mail e criar um mural digital de
elogios entre funcionários, a executiva apostou no que batizou de “rádio pirata do bem” – grupos de
Whatsapp em que os próprios colaboradores disseminam assuntos ligados à cultura da empresa.

“Por exemplo, na nossa ação de Dia das Mães, perguntamos se seria difícil fazer um dia da pizza. A ideia
era mandar os kits com tudo para que as mães fizessem em casa e depois quem quisesse poderia compartilhar como foi a experiência”, ela explica. “Das 20 mães que receberam o kit, 15 compartilharam, mostraram como foi. O envolvimento das pessoas é um baita indicador de que a comunicação está sendo efetiva.”

Transparência para ter funcionários engajados

Com quatro grandes marcas e 2,3 mil colaboradores embaixo de seu guarda-chuva, a Edenred Brasil
tem um time de sete profissionais que cuidam exclusivamente da comunicação. “Quando todos foram
para casa, a primeira ação foi criar um comitê multidisciplinar em que a comunicação interna tinha
cadeira fixa para debates e estratégias”, relata Guilherme Almeida, gerente de comunicação interna do
grupo. “Não é uma caixinha fechada, um quadradinho que fica em uma área específica. A gente
participa com o board da empresa e a comunicação interna e a externa andam juntas para que o
colaborador não fique sabendo de nada depois do mercado.”

Outro aspecto que foi impulsionado pela pandemia foi a maior humanização da comunicação, segundo
ele, utilizando os próprios executivos para se aproximarem dos colaboradores. “Foi inclusive no pico da
pandemia que tivemos o maior crescimento de satisfação dentro da empresa. Isso é resultado de um
processo de comunicação com agilidade e transparência das informações”, explica o executivo.

A área também adotou como termômetro o NPS (Net Promoter Score), metodologia que permite
mensurar o grau de satisfação e lealdade do capital humano das empresas com precisão. Almeida conta que o índice da Edenred chegou pela primeira vez à Zona de Qualidade em 2021, alcançando 57. O
aumento foi de 7,6 pontos em relação a 2020.

“É maravilhoso ter uma comunicação bonita e criativa, mas são os números que mostram a transformação”, afirma Almeida. “As pesquisas de satisfação com a comunicação são importantes, mas
a satisfação é subjetiva. Já o NPS mostra o quanto o colaborador assina embaixo e recomenda a empresa, além de permitir que a gente identifique promotores por estrutura e onde estão os problemas.”

O gerente acredita ainda que estejamos entrando em uma era em que os colaboradores terão cada vez
mais poder sobre como querem interagir com a organização e receber seus conteúdos. “Aqui a pessoa
decide se quer seguir no Instagram, fazer parte da rede social interna global, participar das ações de
engajamento”, exemplifica. “As empresas estão entendendo que o colaborador também tem voz ativa. E
uma boa comunicação interna precisa passar por atitude, escuta ativa e criatividade para empoderar as
pessoas, transformá-las em embaixadoras da marca”, destaca o executivo. Segundo ele, no ano passado
houve mais de 7 mil compartilhamentos externos de conteúdos do grupo, todos feitos espontaneamente
pelos colaboradores em suas redes sociais pessoais.

Fonte: Agência Brasil

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